O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e o Grupo Especial Anticorrupção (Geac), coordenados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), deflagraram na manhã de ontem a 6ª fase da Operação Mensageiro, destinada à apuração de crimes contra a Administração Pública, incluindo corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, organização criminosa e lavagem de capitais.
Por determinação do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 36 mandados de busca e apreensão em residências e empresas localizadas nos municípios de Rio do Sul, Blumenau, Imbituba, Florianópolis, Gaspar, Bombinhas, Laguna, Braço do Norte, Palhoça e Imaruí.
Foram presos preventivamente empresários suspeitos de manter as práticas ilícitas – nenhum na região –, e cumpridas medidas de busca e apreensão contra servidores, ex-servidores e agentes políticos – incluindo exprefeitos de Braço do Norte e Rio do Sul.
Esta fase da investigação, segundo o MPSC, busca aprofundar a colheita de provas relativas a contratos de coleta e destinação de resíduos sólidos urbanos em diversas regiões do estado, nos quais se apuram indícios de atuação de agentes públicos e particulares em esquema criminoso estruturado.
Investigações
As investigações tiveram início em 2022, sob a condução da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, em atuação conjunta com o Gaeco e o Geac, no âmbito de procedimentos destinados à repressão de crimes funcionais praticados por prefeitos e outros agentes públicos. A investigação tramita em sigilo.
Agentes foram à prefeitura e Câmara em BN
Em Braço do Norte, a ação teve início por volta das 7h, quando agentes chegaram à sede da prefeitura em busca de documentos referentes a gestões anteriores, especialmente entre os anos de 2021 e 2024. Pouco depois, a operação se estendeu à Câmara de Vereadores, onde também houve coleta de materiais.
Em nota oficial, a prefeitura de Braço do Norte informou que colaborou integralmente com a operação, entregando prontamente todos os documentos solicitados. O comunicado reforça que os contratos investigados são de gestões anteriores e reafirma o compromisso da atual administração com a legalidade e a transparência.
A Câmara de Vereadores, também por meio de nota, confirmou o cumprimento da determinação judicial e informou que os documentos entregues se referem ao exercício de 2022. A Casa Legislativa reiterou seu compromisso com o respeito às leis, às decisões judiciais e com a correta disponibilização de informações à sociedade.
Ao DS, o ex-prefeito Beto Kuerten, que não teve o nome citado, porém era o prefeito na gestão passada, também se manifestou através de sua assessoria. “Apenas o celular de Beto foi recolhido. Ele fez questão de desbloquear, colaborando com a equipe. Além disso, segue trabalhando normalmente e está à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento”.